10 de ago. de 2016

MACONHA

*MACONHA*
Nunca é demais saber sobre algo que ás vezes por ignorância condenamos ou absolvemos, mesmo sem ao menos ter um mínimo de conhecimento sobre algo, material, planta ou produto.
Então vos apresento uma síntese sobre o canabidiol, mais conhecida vulgarmente de maconha ou back.


zezildo leal

VEJA O QUE A CIÊNCIA JÁ DESCOBRIU E O QUE AINDA NÃO SE SABE SOBRE MACONHA!

Jordan Greentree/Flickr
GABRIEL ALVES - DE SÃO PAULO - 20/06/2016 02h02

O debate sobre o uso de maconha foi reaceso há pouco com a publicação de um novo estudo que mostrava poucos malefícios causados pela erva na saúde física em um longo prazo.
A pesquisa era robusta: acompanhou cerca de mil pessoas por décadas. O único dano atribuível ao consumo da maconha durante 20 anos? Uma saúde bucal pior.
Quanto a outros parâmetros, houve algumas melhoras irrisórias ou pioras questionáveis –é o caso da função pulmonar dos usuários.
Como o estudo foi conduzido entre os 18 e os 38 anos de vida dos pacientes, porém, ainda não é possível saber o efeito da maconha em doenças neurodegenerativas, que costumam aparecer mais na terceira idade.
Mas o mesmo grupo de cientistas, estudando os mesmos mil pacientes, já havia obtido grande repercussão internacional ao mostrar que o uso frequente de maconha na adolescência provoca perdas cognitivas consideráveis na fase adulta –queda de 8 pontos em um teste de QI.
A explicação para isso é que os canabinoides teriam capacidade de interferir na formação das conexões nervosas, alterando a estrutura do cérebro, que ainda está em formação nessa fase da vida. Nesse sentido, há um consenso entre estudiosos de que se deve evitar ao máximo a exposição precoce à maconha.
Por outro lado, se o hábito de fumar começa na vida adulta, há menos risco de danos, aponta o grupo.
ESTRATÉGIA
As duas pesquisas, lideradas por Madeline Meier, da Universidade do Estado do Arizona (EUA), ganharam destaque por ocuparem uma lacuna que a ciência ainda está começando a preencher: descrever os efeitos de longo prazo do uso da erva.
Dados assim ajudam a deixar o debate menos político e apaixonado e mais científico –e também a esclarecer os mitos que rodeiam a erva.
Um dos mais comuns é o que diz que a maconha não causa dependência, que afeta 9% dos usuários (o número sobe para 17% quando o uso começa na adolescência). Mas é importante considerar que, em comparação com nicotina, heroína, cocaína e até mesmo a cafeína, o poder de vício da maconha é o menor.
Outra associação importante é aquela entre maconha e esquizofrenia. O uso de maconha está relacionado à doença, mas isso não quer necessariamente dizer que a erva é a causa exclusiva –provavelmente a doença aparece em quem já tem predisposição genética, e há uma tendência das pessoas afetadas de usar a droga como uma espécie de "tratamento" dos sintomas.
Por fim, casos de overdose, de fato, são raros. (A menos quando se trata de maconha sintética, que na verdade nem cannabis é. A droga é composta de uma base vegetal borrifada com versões sintéticas de THC, mais potentes. O THC é o principal composto psicoativo da maconha).

Kelley McCall/Associated Press
Maconha sintética, que causa 30 vezes mais internações que a maconha "convencional") ORG XMIT: BX801
Maconha sintética, que causa 30 vezes mais internações que a maconha "convencional"
No entanto, entender a ação no organismo dos principais canabinoides, entre dezenas de outros presentes na maconha, não é tarefa fácil. Os receptores farmacológicos onde essas moléculas atuam estão presentes tanto no cérebro quanto em outros órgãos e tecidos do organismo.
Esses receptores vêm sendo ligados a diversas funções no organismo –além, é claro, àquelas do sistema nervoso central. Entre elas estão a formação da placenta, durante a gravidez, e a ação de células de defesa do organismo.
A interferência dos canabinoides exógenos no funcionamento de cada um desses sistemas ainda está começando a ser compreendida, o que, como em outros casos, resulta em uma recomendação mais veemente para que a droga não seja usada na gravidez, por exemplo.
Para complicar, sabe-se que o nível de THC está cada vez mais elevado na maconha que chega ao usuário. Com isso, é esperado que os efeitos indesejados se tornem cada vez mais presentes e mais bem caracterizados.

PROGNÓSTICO
Um dos pilares que compõem o multifacetado debate sobre o uso de maconha é seu uso medicinal, que tem raízes milenares. As comprovações de eficácia para algumas poucas enfermidades, no entanto, são bem recentes.
As principais indicações para medicamentos à base de cannabis (que tem como princípios ativos o canabidiol, CBD, e/ou tetraidrocanabinol, THC) são dores (neuropatias de diversas origens), sintomas de espasticidade (alteração abrupta do tônus muscular), e fraqueza extrema (em condições como câncer e Aids, por exemplo).

Mas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), um problema é o uso da maconha ou de medicamentos à base de cannabis sem indicação médica.
Um dos locais onde houve liberação do comércio da droga, Denver, no Colorado (EUA), se tornou um polo de turismo médico-canábico.

Com falta de informação e educação sobre a erva, além de intoxicação e efeitos indesejados, essas pessoas podem estar realizando um tratamento ineficaz, mascarando e piorando seu quadro geral de saúde.
Quantidade de THC na maconha

Em %
3,80
0
2
4
6
8
10
12
1990
’92
’94
’96
’98
’00
’02
’04
’06
’08
2010
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PROGNÓSTICO
Um dos pilares que compõem o multifacetado debate sobre o uso de maconha é seu uso medicinal, que tem raízes milenares. As comprovações de eficácia para algumas poucas enfermidades, no entanto, são bem recentes.
As principais indicações para medicamentos à base de cannabis (que tem como princípios ativos o canabidiol, CBD, e/ou tetraidrocanabinol, THC) são dores (neuropatias de diversas origens), sintomas de espasticidade (alteração abrupta do tônus muscular), e fraqueza extrema (em condições como câncer e Aids, por exemplo).





ERVA QUE CURA
Alguns efeitos medicinais e outros desmistificados
Neuropatias/Dor
1. O THC tem potencial de reduzir a dor em neuropatias de várias origens, como a diabética e a relacionada à Aids, mas pode não ser o melhor tratamento

Espasticidade

2. O THC e o canabidiol (CBD) podem ajudar a controlar alterações bruscas de tônus muscular, como na esclerose múltipla
Caqueixa/Falta de apetite
3. O dronabinol, um THC sintético, teve bom efeito na melhora de apetites de casos graves de Aids, além de melhorar o sono.

Quimioterapia/Náuseas
4. Canabinoides podem ter papel tanto pró ou antivômito e é difícil a padronização da terapia


Doença de Chron
5. Há chances de que a maconha possa controlar o quadro da doença inflamatória intestinal


Estresse pós-traumático
6. Esse efeito não foi caracterizado e é possível que o uso atrapalhe outros tratamentos
Glaucoma
7. Para aliviar a pressão intraocular, o paciente deveria fumar maconha até 8 vezes ao dia
Depressão
8. Estudos que testaram o nabiximols (proporção igual de THC e CBD) para depressão favoreceram o placebo
Síndrome de Tourette
9. Houve redução dos “tics”, característicos da síndromes com o uso de cápsulas de THC.


Mas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), um problema é o uso da maconha ou de medicamentos à base de cannabis sem indicação médica.
Um dos locais onde houve liberação do comércio da droga, Denver, no Colorado (EUA), se tornou um polo de turismo médico-canábico.
Com falta de informação e educação sobre a erva, além de intoxicação e efeitos indesejados, essas pessoas podem estar realizando um tratamento ineficaz, mascarando e piorando seu quadro geral de saúde.
O mundo da maconha
Uso antigo
Há indícios de que fumaça de maconha tenha sido inalada quase 5 mil anos atrás na atual Romênia, também há registros de uso cerca de antiga China, há quase milênios, período em que também provavelmente houve uso no antigo Egito.

Editoria de Arte/Folhapress
O MUNDO DA MACONHAUso antigo
E HOJE?

POSSÍVEIS EFEITOS DA MACONHA
Desejados

Sensação de bem-estar/torpor
Relaxamento
Afloração da sexualidade
Aumento da afinidade com artes plásticas e música
Introspecção

Indesejados

Déficit de atenção/ de comunicação
Perda de concentração
Boca seca
Fadiga
Sonolência
Diminuição da capacidade de tomar decisões
Aumento da impulsividade
Aumento do tempo de reação
Paranoia/Psicose
Diminuição da capacidade de dirigir ou operar máquinas
Risco de machucados/acidentes
Enjoos/vômitos

Raros

Alucinações
Ataques de pânico
Infarto
AVC
Dificuldade de respirar (especialmente quando combinada com tabaco)
Overdose (muito raro)

Longo prazo *

Dependência
Perda de função cognitiva
Depressão
Ansiedade
Insônia
Suicídio
Problemas de apetite
Alterações da estrutura cerebral
Bronquite crônica
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Fumaça quente/partículas podem aumentar risco de câncer

ANATOMIA VEGETAL

Jordan Greentree/Flickr
Maconha chernobyl
A região da maconha onde há maior concentração de THC é a parte superior (flor e folhas) de plantas fêmeas, criadas em condições especiais. Alguns produtores criam variedades da erva, com níveis personalizados de THC e outros canabinoides como o canabidiol (CBD).

*Vários estudos de longo prazo, apesar de trazer indícios, não são conclusivos quanto ao fato de ser a maconha a causadora

Fontes: "Pnas", "Jama", "Jama Psychiatry", "New England Journal of Medicine", Global Drug Survey, Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime

LEI ROUANET

Está explicitado o porque de tanto vagabundo não querer a saída da Sra. Dilma Vana Rousseff  ou o fim do Ministério da Educação, a mias nova fonte de propinas.
Só relembrando, porque dias atrás já havia alertado para algumas pessoas sobre essa tal Lei Rouanet, lembram, pois é...

zezildo leal

Pivô de esquema que fraudava a Rouanet devolvia verba a mecenas Nelson Antoine/Folhapress Agentes chegam à Polícia Federal, na Barra Funda, com detido na operação Boca Livre Agentes chegam à Polícia Federal, na Lapa, com detido na operação Boca Livre Os propósitos do grupo Bellini Cultural, —principal alvo da operação Boca Livre, que investiga fraudes na Lei Rouanet, pareciam nobres. Mas os recursos captados via renúncia fiscal para projetos como espetáculos para crianças e livros que deveriam parar em bibliotecas públicas acabavam beneficiando os próprios patrocinadores, em eventos corporativos com bandas famosas ou brindes para seus clientes. O ESQUEMA DA OPERAÇÃO BOCA LIVRE Bellini Cultural propõe ao MinC projetos, como concertos gratuitos e peças de teatro sobre educação ambiental MinC aprova a captação de recursos, e produtora busca patrocínio do mercado Empresas bancam os projetos, em troca de renúncia fiscal; Bellini repassava de volta aos patrocinadores parte do valor incentivado Propostas eram disfarce para o verdadeiro destino dos recursos: eventos corporativos para patrocinadores e brindes para clientes Exemplo Bellini emitia notas frias de contratos superfaturados para fraudar a prestação de contas Quadrado pequeno preto A auditoria KPMG deveria publicar livros de poesia para distribuir para pessoas pobres, mas imprimiu brindes seus clientes Ao menos 12 empresas participaram do esquema Quadrado pequeno preto Grupo Intermédica Notredame Quadrado pequeno preto KPMG Auditores Independentes Quadrado pequeno preto Lojas Cem Quadrado pequeno preto Magna Sistemas A Polícia Federal deflagrou na terça (28) uma operação que visa as atividades de ao menos 12 empresas que se beneficiaram de recursos captados via lei de incentivo cultural em um esquema intermediado pela produtora paulistana Bellini. Foram detidas 14 pessoas, incluindo o dono do grupo, Antonio Carlos Bellini. "As empresas ganhavam duplamente na medida que eram beneficiadas com as deduções de imposto de renda. Além disso existia a contrapartida para que elas patrocinassem os projetos", diz Karen Louise Kahn, procuradora à frente da investigação no Ministério Público Federal, que denunciou a Bellini. A produtora cultural, segundo o inquérito, chegava a devolver parte do valor captado aos diretores das empresas como gratificação por ter financiado suas propostas. SHOWS E PIADAS Um dos beneficiários foi Odilon Costa, diretor da farmacêutica Cristália. O laboratório patrocinou um projeto que previa três shows da Orquestra Sinfônica Nacional para popularizar a música instrumental. O MPF, no entanto, diz que os recursos bancaram um show do Jota Quest em um congresso de anestesiologia em 2014, no Recife. A orquestra também se apresentou nesse evento, privado, patrocinado pelo laboratório. O Jota Quest tocou também num show fechado para 4.000 convidados da rede atacadista Roldão, mecenas de um programa que prometeu quatro concertos da Orquestra Villa-Lobos. Só houve um, para servir de prova ao Ministério da Cultura. A orquestra Villa-Lobos informou que se apresentou para comunidades carentes e ONGs, conforme solicitado pelo contratante. Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o Jota Quest não comentou o caso. Em alguns casos, a verba liberada pela Rouanet amontadora Toyota aprovou um projeto para "retratar a cultura regional e as belezas naturais dos Estados de Alagoas e Pernambuco", mas imprimiu apenas metade do que previa o projeto e ficou com todo o material, que deveria ter parte distribuído. Até show de comédia stand-up foi pago com dinheiro público. O escritório de advogados Demarest contratou o humorista Fábio Porchat para celebrar os 68 anos do escritório -o valor da apresentação foi deduzido do imposto de renda, segundo a Receita. À Folha, Porchat diz ser "contratado para dezenas de trabalhos", e que é "impossível eu saber a procedência do dinheiro dos meus contratantes. Como não sabia desse". De fato, a menos que o artista esteja envolvido com a captação para um projeto próprio, dificilmente saberá a origem de seu cachê. Procurados desde terça (28), os advogados que representam a Bellini Cultural não responderam à reportagem. OUTRO LADO Empresas citadas no esquema de desvios da Lei Roaunet por terem contratado a Bellini Cultutal informaram nesta quarta (29) que não são o alvo da investigação federal, mas que estão dispostas a colaborar com as autoridades no que for preciso. O laboratório Cristália, para o qual o detido na operação Odilon Costa Filho trabalha, informou, em nota, que "desconhece qualquer ato ilícito realizado por ele e diante da sua idoneidade não crê possa ter havido". A empresa afirma, ainda, que "não estava ciente de qualquer irregularidade" nos contratos. KPMG, Roldão, Lojas CEM, Grupo NotreDame Intermédica e Cecil dizem que forneceram os documentos solicitados pela PF. O escritório de advocacia Demarest também informou que "continuará a colaborar com a investigação" e que não "cometeu qualquer irregularidade". Colorado e Toyota afirmaram estar "à disposição". A franquia AlphaGraphics, assim como a Takeda, dona da Nycomed, dizem que não receberam notificação oficial. Já a Scania diz não poder comentar "investigação em curso". * COMO TRAMITA UM PROJETO NA ROUANET 1. Envio O envio da proposta é feito eletronicamente, pelo Salic (Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura), do Ministério da Cultura. Nela, devem constar orçamento, dados do proponente, currículos das pessoas envolvidas na realização do produto cultural etc. 2. Recebimento A proposta é recebida pela Sefic (Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura), braço do MinC responsável, entre outros, pela gestão de projetos inscritos na Lei Rouanet. A Sefic faz a análise de admissibilidade –ou seja, checa os documentos enviados pelo proponente. Em seguida, encaminha para uma unidade técnica: Funarte, Ibram, Iphan, Fundação Palmares, Fundação Casa de Rui Barbosa ou Fundação Biblioteca Nacional, dependendo do segmento cultural. 3. Parecer Neste momento, a proposta se torna projeto –ou seja, é elegível a passar pelo trâmite de avaliação de um parecerista. O parecerista é selecionado pela unidade técnica, sem que o proponente saiba sua identidade, de acordo com Carlos Paiva, ex-titular da Sefic. O parecerista avalia o orçamento, realiza cortes, faz questionamentos (anonimamente) ao proponente para esclarecer dúvidas... Ao fim deste processo, o parecerista diz se é favorável ou desfavorável à aceitação do projeto, e encaminha sua análise à Cnic (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura). 4. Cnic O colegiado é formado por 21 representantes de artistas, empresários e sociedade civil de todas as regiões, escolhidos pelo ministro da Cultura, com base em lista de 42 nomes indicados por 28 entidades habilitadas. O mandato é de dois anos. Eles discutem os projetos, sempre considerando os pareceres que vieram das unidades técnicas. Também podem efetuar cortes, pedir mais informações... Uma vez por mês –ou 11 vezes ao ano–, a Cnic se reúne para decidir quais projetos são aprovados –e quais valores eles podem captar. 5. Sefic Após a decisão da Cnic, o projeto é submetido à decisão do secretário de Fomento e Incentivo à Cultura. Em caso de aprovação total ou parcial, a decisão é ratificada por portaria e publicada no Diário Oficial da União. A partir deste momento, o proponente pode captar recursos em troca de isenção fiscal aos patrocinadores. 6. Passar o chapéu Conseguir empresas que invistam em projetos culturais –mesmo com isenção fiscal como contrapartida– é a parte mais complicada. Em 2015 dos 6.194 projetos aprovados, 50,8% conseguiram alguma captação –muitas vezes, apenas parcial. 7. Acompanhamento do MinC Desde a captação até o fim da execução, o MinC faz vistorias in loco em alguns projetos. Contudo, segundo Paiva, apenas uma amostragem passa pela vistoria. O motivo: o MinC não disponibiliza de mão de obra para acompanhar a execução de todos os projetos, que são na casa dos milhares –em 2015, a média de aprovação foi de 516 projetos/mês. 8. Prestação de contas Após a execução do projeto, o proponente deve prestar contas ao MinC. Isso de dá por meio de relatório de gastos e apresentação de notas fiscais, bem como dos resultados do projeto. Uma equipe da Sefic faz a avaliação da prestação de contas e pode aprová-la (e o projeto está encerrado), aprová-la com ressalva (quando a aplicação de recursos é consistente, mas o resultado é insatisfatório) ou reprová-la (quando a aplicação de recursos é inconsistente). Neste caso, o MinC exige o ressarcimento do valor, que é destinado ao Fundo Nacional da Cultura. Se o proponente não acatar o pedido em 30 dias, o MinC instaura Tomada de Contas Especial junto ao TCU (Tribunal de Contas da União). O MinC aplica, ainda, a sanção de inabilitação –ou seja, o proponente fica três anos sem poder captar recursos da lei de renúncia fiscal. Colaboraram CAROL PRADO, GABRIELA SÁ PESSOA e GUIILHERME GENESTRETI

21 de jun. de 2012

SUCAM

Mata Mosquito (Sucanero)
Foram as necessidades militares da Segunda Guerra Mundial que estimularam o governo e a indústria química norte-americanos a aplicar recursos nos estudos sobre a malária.

Esses interesses também envolviam o saneamento de áreas produtoras de matérias-primas para a indústria bélica, como a Amazônia e o vale do Rio Doce. Para sanear estas regiões e as cidades onde se localizavam as bases militares norte-americanas, criou-se, em 1942, o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP).

Antes mesmo da assinatura formal do acordo militar com os Estados Unidos autorizando a instalação das bases, duas equipes de médicos militares percorreram o Nordeste e o Norte do país, analisando as condições sanitárias daquelas regiões e sugerindo políticas de saúde que preservassem os soldados das endemias locais.


“No Vale do Rio Doce as obras de saneamento se fizeram sentir de maneira altamente significativa no combate a malária e outras doenças. Os “guardas de Saúde” conhecidos como “Mata Mosquitos” desenvolvem permanentemente uma campanha enérgica contra os focos localizando-os e extinguindo-os, prestando assim um inestimável serviço às populações.”
 
Os relatórios produzidos por estas equipes retratam um quadro nosológico impressionante: malária, febre tifóide, disenterias, doenças venéreas, esquistossomose, peste bubônica, parasitas intestinais, tuberculose, varíola, tracoma, hanseníase, desnutrição e alto índice de mortalidade infantil estavam entre os problemas de saúde mais sérios identificados. Entretanto, estes estudos não foram feitos para orientar políticas de saúde para a população civil, mas para detectar quais doenças seriam ameaçadoras para as tropas norte-americanas no Brasil.

O sanitarista norte-americano Dunham (1941) foi muito objetivo em seu relatório, ao afirmar que, de todas as doenças existentes no Brasil, malária, disenterias, febre tifóide e doenças venéreas, eram as únicas que efetivamente constituíam ameaças para os militares que viriam dos Estados Unidos, sendo que a malária foi apontada como a doença mais perigosa para as tropas. A malária era endêmica em praticamente todos os estados do Norte e Nordeste e foi considerada um "problema militar" nos relatórios mencionados.

A preocupação militar com a malária deve-se ao caráter extremamente debilitante da doença, que provoca ataques febris, anemia extrema, deixa a vítima mais suscetível a outras doenças, e pode causar a morte. Uma pessoa atacada de malária é constantemente forçada a suspender suas atividades e, se a doença ataca uma comunidade, produz um maciço declínio da capacidade produtiva. Se a malária era capaz de incapacitar trabalhadores para atividades produtivas, seria também capaz de imobilizar um exército; daí a necessidade de controlá-la, pelo menos ao redor dos núcleos militares norte-americanos instalados no Brasil.
Fonte:
http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010459701999000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt